terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

O Chão da Casa

DURANTE uma visita que fiz ao Transvaal, África do Sul, em 1904, fiquei alojado num pequeno casebre em um lugar remoto do interior. À noite, ao me deitar, não pude deixar de notar que o chão do quarto estava extremamente sujo. Parecia que há meses não era esfregado. Resolvi que no dia seguinte chamaria a atenção da dona da casa para isso e lhe sugeriria que o esfregasse.

Na manhã seguinte, porém, notei o que na véspera não me havia chamado a atenção. É que o chão era de tal natureza que, por mais que se esfregasse, era impossível ficar mais limpo. Tinha sido feito de tijolos de barro secos ao sol, e socados até formarem uma superfície uniforme, tão nivelada e lisa como um piso normal. Logo se vê que desisti da minha intenção de pedir à dona da casa que mandasse esfregar aquele chão. Quanto mais se esfregasse, pior se tornaria. Por maior que fosse a quantidade de sabão e água que se lhe aplicasse, nenhum bem resultaria.

Ficará o leitor admirado, se lhe disser que aquele chão representa bem a sua própria condição aos olhos de Deus? Será que você estará disposto a reconhecer que, perante Deus, você é tão mau, tão imundo, tão corrupto, que lhe é tão impossível melhorar a sua condição, por qualquer forma, como o era limpar o chão daquele quarto, esfregando-o?

Esta é uma verdade que muitas pessoas não são capazes de reconhecer. Investem todos os seus esforços no erro, julgando que, se tão somente se esforçarem bastante, e perseverarem por bastante tempo, poderão tornar-se aptas para a presença de Deus. Tal ideia equivale a pensar que, se tão somente houvesse uma boa escova e bastante sabão e água, seria possível, por fim, melhorar a condição daquele chão. "Pelo que, ainda que te laves com salitre, e amontoes sabão, a tua iniquidade estará gravada diante de mim, diz o Senhor Jeová" (Jeremias 2.22).

Há multidões de homens e mulheres empenhados numa tarefa inútil desta espécie, e são muitos os vários tipos de escova empregados. Há, por exemplo, a escova do Domínio Próprio. Será que o leitor nunca usou esta escova? Você deve ter se esforçado em dominar o mau gênio, refrear a língua indisciplinada, agir de forma ponderada e reprimir as paixões. Isso é como se estivesse esfregando o chão de terra. Porém têm falhado por completo em conseguir um melhoramento positivo. Continua tão afastado de Deus como antes. O seu coração continua tão perverso quanto antes.

Ou talvez seja com a escova de uma Vida Moral que está procurando fazer a limpeza. Você não xinga e nem procura enganar o próximo, e nem se embriaga. Não fala coisas obscenas. Nunca cometeu qualquer ato que pudesse ser considerado uma malvadeza. No entanto, meu amigo, nada disto altera a sua condição perante Deus. Sua vida, por moral que tenha sido, não terá conseguido transformar a má índole do seu coração. "Quem poderá dizer: Purifiquei o meu coração, limpo estou de meu pecado?" (Provérbios 20.9).

Muitos imaginam que, quando têm falhado todas as demais escovas, então a escova da Religião conseguirá limpar a alma. Leem a Bíblia e fazem orações. Frequentam regularmente os cultos e tomam os sacramentos. Talvez sejam cantores no coro. Podem até ser professores da Escola Dominical, ou catequistas. Mas tudo isso deixa sem alteração sua vida carnal. A capa da religião serve apenas para tapar a imundície interior.

Se a Escova da Religião pudesse limpar alguém, decerto que Saulo de Tarso teria ficado bem purificado por esse processo. Zeloso e inflexível na observância de cerimônias e rituais, muito além de todos os seus contemporâneos, fanático na sua obediência aos sacerdotes, poderia, com razão, intitular-se o homem mais religioso do seu tempo.

No entanto, simultaneamente, reinava no seu coração ódio e amarga raiva contra o Senhor Jesus Cristo. Quando, afinal, se lhe abriram os olhos, e reconheceu quão terrivelmente tinha estado enganado, confessou ser o principal dos pecadores. Apesar de ter sido tão religioso, teve de confessar que, "em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum" (Romanos 7.18).

Não queira você, portanto, fazer da religião uma escova, pois nunca tal coisa poderá limpar o pecador. Nunca poderá lavar as nódoas do pecado. Mas se, de fato, nem o domínio próprio, nem a vida moral, nem a religião, nem qualquer outra escova semelhante, for capaz de purificar você do pecado, há Alguém que pode fazer isso.

Não pelo meu trabalho, meu mal vou expiar;
Tão fraco sou e néscio, nem sei onde começar.
Mas sei que quando Cristo à morte Se entregou,
Pra mim, por Ele feita, a redenção ficou!

O Senhor Jesus Cristo é o único Salvador. Há poder no Seu precioso sangue para purificar o coração de toda a nódoa imunda. "Necessário vos é nascer de novo" (João 3.7), são as palavras que confrontam cada alma sem Cristo. Foram dirigidas a um homem extremamente religioso. E continuam sendo tão verdadeiras hoje como sempre. O que o leitor precisa é nascer de novo. Nada menos do que isto terá valor.

Confesse o seu estado tão excessivamente pecaminoso. Condene-se a si mesmo, sem reserva, sem procurar atenuar a culpabilidade. Depois, fite seus olhos tão somente em Cristo. "Aquele que nos ama, e em Seu sangue nos lavou dos nossos pecados" (Apocalipse 1.5). "O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1.7). Feliz o coração que possa dizer:

Tal como estou, sem esperar,
Da alma as manchas poder tirar 
A Ti, cujo sangue tudo pode limpar,
Ó Cordeiro de Deus, venho eu!

A Multiplicação dos Pães

(Comentário Mateus 14:12-21)

Veja:

No capítulo 14 do evangelho de Mateus os discípulos de João Batista estão tristes com sua morte e vão contar a Jesus. É a melhor coisa que podemos fazer quando estamos tristes. Há quem diga que Deus não existe ou não se importa conosco, caso contrário não haveria tanto sofrimento. Jesus é Deus, e se Deus não se importasse não teria vindo aqui aprender o que é sofrer.

Jesus vai para um lugar deserto e a multidão o segue. Os discípulos percebem que é tarde e não há como alimentar tanta gente. Sugerem que Jesus mande as pessoas embora, mas ele manda que as pessoas fiquem e que os discípulos as alimentem. Agora tudo o que os discípulos têm para alimentar a multidão são cinco pães, dois peixes... e Jesus!

Eles podem contar com o mesmo que durante 40 anos alimentou os israelitas liderados por Moisés no deserto. Eram 600 mil homens, fora mulheres e crianças. Agora são apenas 5 mil homens; umas 10 ou 15 mil pessoas contando mulheres e crianças.

Depois de dar graças, Jesus passa a distribuir os pães e os peixes aos discípulos que os repassam à multidão. No final ficam doze cestos cheios de pedaços de pães e a certeza de que Deus se importa com nossas necessidades. Sempre.

No livro de Romanos há uma pergunta sem resposta: "Aquele que não poupou a seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, como não nos dará juntamente com ele, e de graça, todas as coisas?" Certamente dará, mas à sua maneira.

Neste episódio Jesus atende a uma necessidade momentânea. A multidão não sai carregando uma cesta básica ou um vale-refeição para o resto do mês. Deus cuida de nós na medida de nossas necessidades, para que a vida do cristão neste mundo seja de fé em fé, passo a passo.

O tempo dele também é diferente. Em outro episódio Jesus parou para conversar com uma mulher que viveu 12 anos doente, ao invés de correr para salvar uma menina prestes a morrer. Um médico teria deixado a mulher para mais tarde e dado prioridade à menina. Para Jesus tanto fazia curar a menina na hora ou ressuscitá-la depois.

Na agenda de Jesus as prioridades são eternas. E na sua agenda eterna a prioridade é Jesus? Se não for, cancele imediatamente todos os seus compromissos e anote este que a Bíblia sugere: "Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação" (2 Coríntios 6.2).

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Salvo!


NAQUELA MANHA tão fresca, ainda pouca gente se encontrava na praia. Se tivesse havido espectadores, teriam visto um forte nadador lançar-se ao mar e afastar-se da praia com movimentos desembaraçados. Não tardou a chegar a grande distância.

Como estava no maior vigor de sua saúde, nem pensou no perigo, e avançou sempre até que, já um pouco cansado, parou por uns momentos e pensou em regressar. Verificou então que tinha sido levado para muito mais longe do que havia tencionado nadar. Ao tentar voltar para a praia, descobriu que a forte correnteza lhe era contrária, e pouco adiantava nadar, apesar de empregar o máximo esforço. Ainda assim, continuou a lutar, até esgotar por completo as forças e, então, virou-se de costas, e deixou-se boiar, considerando-se perdido.

Os pais tinham-no criado religiosamente; sim, e além do mais, ele próprio tinha sido pregador e ministro de uma importante congregação. A sua vida tinha sido regrada e até aquele momento tinha se considerado uma pessoa muito boa. Agora, porém, enfrentando a morte, sua alma despertou para o fato de que não tinha nenhuma esperança no tocante à eternidade; não estava pronto para morrer! Faltava-lhe uma coisa. Entre ele e Cristo não existia ligação alguma.

O terror invadiu-lhe a alma. As ondas pareciam rugir aos seus ouvidos com a insistente repetição: "Para que pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado" (1 Coríntios 9.27).

Sentiu que tinha anunciado um Cristo que nunca conhecera, que tinha falado aos outros de uma salvação que ele próprio não possuía! Sua vida causava-lhe agora repugnância, com todos os ritos e cerimônias exteriores, mostrando ter sido tudo vaidade. Nesse momento tudo aquilo tinha para ele apenas o seu verdadeiro valor: "obras mortas" (Hebreus 9.14), e reconheceu que a obra de salvação para a sua alma teria de ser feita a seu favor, e feita por outro.

Não foi com referência ao seu corpo, mas sim à sua alma, que gritou à tona do profundo oceano — ali, a sós com Deus, boiando nas ondas — um grito angustioso: "Salva-me, Senhor, senão estou perdido!" Um vil pecador. Clamando ele assim, veio logo a resposta: "O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1.7). "Para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (João 3.16).

Então sussurrou: "Creio, Senhor, que foi vertido aquele precioso sangue, por amor de mim". Vida e paz se apoderaram de sua alma, mas logo em seguida perdeu os sentidos.

— Pai! Oh pai! Veja o que está ali adiante na superfície da água. O que será? Parece que é um homem — disse o filho do piloto de um barco de pesca. O pai olhou, pegou num remo e gritou aos tripulantes que remassem com toda a força. Remaram, pois, com o máximo de energia. O piloto viu afundar o corpo, voltando depois à superfície, já mais perto do barco. Novamente desapareceu, e desta vez poderia vir à tona bem perto do barco se remassem com mais força.

— Força! Mais força! — e todos remaram desesperadamente. Quando o corpo tomou a aparecer, estava bem ao seu alcance. Braços fortes se estenderam e o agarraram, tirando-o da água sem sinais de vida. Logo aplicaram todos os meios possíveis para restabelecer a respiração. Mãos carinhosas levaram-no para terra, vivo, respirando, e não um cadáver. Vivo em dois sentidos; possuindo, agora, não apenas a vida natural, mas também a vida eterna. (João 6.47; 1 João 5.13)

Passados oito dias, embarcado no mesmo barco de pesca, ele recordou o que o Senhor tinha feito a favor da sua alma, quando a morte e o juízo eterno o ameaçavam. Falou de Jesus, o Salvador, aos que o tinham salvo da morte — da impossibilidade de fazermos o que quer que seja que contribua para a nossa própria salvação; que tal obra teve que ser feita tão somente por Ele — caso contrário ficaríamos perdidos para todo o sempre — e leu para eles a Palavra de Deus no seguinte trecho:

"Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo Seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)... não vem das obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2.4-9).

— Quando vocês me viram na água, naquela manhã, poderia eu ter feito o que quer que fosse em meu próprio auxílio? Em nada eu ajudei; vocês fizeram tudo e eu recebi o benefício. ELE FEZ TUDO, E NÓS RECEBEMOS TODO O BEM. Ora, meus amigos, não veem como isto esclarece o que sucede com o Senhor? Ele, que nunca pecou, tomou o nosso lugar; sofreu pelos nossos pecados, e oferece-nos o lugar que é Seu. Vocês acham que com o passar do tempo deixarei de sentir sempre profunda gratidão e amor para com os que tanto fizeram por mim? E com o meu Senhor dá-se precisamente o mesmo. Sabendo que me salvou a tanto custo, não posso já viver como antes vivia, como se tudo isso não tivesse importância. Desejo que minha vida manifeste bem a minha gratidão, amor e louvor!

Mais de um daqueles pescadores converteram-se ao Senhor Jesus. Amigo leitor, não há nada que você possa fazer para ser salvo, senão só crer no Senhor Jesus Cristo.

Nada, nem pouco nem muito;
Que fazer, pecador, nada há:
Pois Cristo fez tudo completo,
Há muitos séculos já.

“Porque Cristo, estando nós ainda fracos, morreu a seu tempo pelos ímpios" (Romanos 5.6).

Consciência

(Comentário Mateus 14:1-11)

Veja:


O capítulo 14 do evangelho de Mateus começa com o rei Herodes inquieto por ouvir falar de Jesus. Este Herodes é filho do outro rei Herodes que queria matar Jesus quando criança. Ele tinha mandado encarcerar João Batista porque este o acusava de viver em adultério com Herodias, mulher de seu irmão.

A princípio Herodes não queria matar João por temer que o povo se rebelasse. Mas durante uma festa ele ficou tão encantado com a dança da filha de Herodias que prometeu dar a ela o que pedisse. Por sugestão da mãe ela pediu a cabeça de João Batista numa bandeja, e foi atendida.

Agora Herodes acha que Jesus é João Batista ressuscitado que voltou para atormentá-lo. Sua consciência está inquieta. Ele já tinha mandado prender o profeta para livrar-se da consciência que volta e meia era acionada por suas acusações de adultério. Agora o remorso de ter assassinado João o persegue. 

Porém é mais um remorso de pavor do que do tipo que leva ao arrependimento. Se Herodes vivesse hoje provavelmente procuraria um médico para tratar desse sentimento de culpa, ao invés de reconhecer e confessar seu pecado a Deus.

Deus nos deu a consciência e ela é útil, porém ela também pode nos enganar, já que foi corrompida pelo pecado junto nosso corpo, nossa inteligência, nossa vontade etc. Não dá para confiar nela. Ela é como um despertador, que nos ajuda a acordar, mas que pode ser desligado se quisermos continuar dormindo. Hitler é o caso típico de alguém que desliga esse despertador.

Em suas cartas o apóstolo Paulo fala de uma "boa consciência", de uma "consciência pura", de uma "consciência fraca", de uma "consciência cauterizada", de uma "consciência contaminada" e de uma "má consciência". Como saber qual a condição de sua consciência e se ela está correta ou apenas pregando uma peça em você? Conferindo pela Bíblia, a Palavra de Deus.

Paulo escreveu a Timóteo: "Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda boa obra".

Quando Herodes ouviu falar de Jesus, ficou inquieto e preocupado. Quando uma pessoa que já encontrou a salvação em Jesus ouve falar dele fica feliz. O incrédulo tem aversão a Jesus. O crente tem aversão ao pecado. Como você se sente ao ouvir falar de Jesus? Se algo aflige você, por que não conta a Jesus?

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Fique Onde o Fogo Já Queimou

O QUE HÁ de mais horrendo nas planícies do oeste da América do Norte é o medonho fogo de campina. Até que comecem as chuvas de outono, o povo daquelas regiões vive em receio e ansiedade durante os meses secos de verão. Toda e qualquer aparência de névoa ou fumaça é observada atentamente. Mas, uma vez incendiado o mato, o fogo, levado pelo vento, avança com tal velocidade que infunde terror tanto nos homens como nos animais, pois por onde passa a tudo consome e arrasa. Muitas pessoas, não podendo fugir, têm morrido carbonizadas, ficando suas propriedades reduzidas a cinzas. Outros, porém, com mais presença de espírito, vendo o perigo, têm usado de um método de salvação pelo qual têm conseguido escapar. Abaixando-se, ateiam fogo à erva comprida e seca e logo que há um espaço queimado, vêm refugiar-se no lugar onde o fogo já queimou. Assim são salvos a tempo da chama devoradora que se aproxima. Como se vê, não há tempo para hesitação, pois é caso de vida ou morte certa. 

Ainda mais solene e medonha será a ira de Deus que se aproxima, e o Seu julgamento deste mundo que crucificou o Seu amado Filho, desprezando Sua graça. "Os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo" (2 Pedro 3.7). "E visitarei sobre o mundo a maldade, e sobre os ímpios a sua iniquidade" (Isaías 13.11). "Vedes que se vai aproximando aquele dia" (Hebreus 10.25).

“Assim que, sabendo o temor que se deve ao Senhor, persuadimos os homens... a fugir da ira futura... porque o nosso Deus é um fogo consumidor" (2 Coríntios 5.11; Mateus 3.7; Hebreus 12.29). 

Mas, graças sejam dadas ao nosso Deus, tão bondoso, que nos preparou um lugar de refúgio e segurança, onde já passou o fogo. "Porque também Cristo padeceu uma vez pelos pecados, o Justo pelos injustos, para levar-nos a Deus" (1 Pedro 3.18). Quando pendurado na cruz do Calvário, Ele esteve, por assim dizer, envolto no fogo do justo juízo de Deus, a fim de salvar o pecador que, tremendo, tenha se refugiado nEle (Hebreus 6.18). 


Incrédulos

(Comentário Mateus 13:53-58)

Veja em:



Jesus retorna à sua cidade, Nazaré, e passa a ensinar na sinagoga, o lugar onde os judeus se reuniam para ler as Escrituras. As pessoas ficam impressionadas, mas não de uma forma positiva. Ao invés de reconhecerem quem ele realmente é, duvidam dele. Ser rejeitado estava se tornando um hábito para Jesus.

"Não é este o filho do carpinteiro? Sua mãe não é Maria e seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E por acaso suas irmãs não vivem entre nós? Então de onde ele tirou todas essas coisas?"

Certamente a reação seria diferente se ele fosse filho de um senador, sua mãe tivesse sangue azul e seus irmãos e irmãs fossem capa de revista. Ou então se ele próprio pudesse apresentar um currículo acadêmico. Mas não, ali estava um homem comum de uma família comum. E se a sua própria família não acreditava nele, por que seus conterrâneos deveriam acreditar?

Existe aí também o elemento ciúme ou inveja. Os fariseus já o haviam rechaçado por este motivo. Não é de se estranhar que seus conterrâneos se sintam inferiorizados diante de alguém que vinha recebendo uma certa aclamação popular em outras cidades.

Existe uma historinha que fala do encontro da cobra com o vaga-lume. Percebendo que estava prestes a ser engolido pela cobra, o vaga-lume reclamou:

"Dona cobra, por que a senhora pretende me engolir se eu nem mesmo sou comestível?"

"Porque você brilha", respondeu a cobra.

É o caso aqui. Diante do fulgor de Jesus, de sua sabedoria, dos milagres que tinha feito, as pessoas são obrigadas a se decidir, a tomar uma posição. Além disso a verdadeira luz tinha vindo ao mundo, e sempre que você acende uma luz a sujeira fica evidente. A menos que você já tenha crido em Jesus e agora o tenha como seu Senhor, você se sentirá incomodado com a simples menção de seu nome.

Os que viveram com ele por tantos anos decidem ignorar todas as evidências e considerá-lo apenas um excêntrico. Jesus não faz muitos milagres ali por causa da incredulidade deles e afirma que um profeta não é reconhecido em sua própria terra e em sua própria casa. Sua família o considera louco, seus amigos e vizinhos decidem ignorá-lo, o clero o odeia. E você, o que vai fazer com Jesus?

Pilatos sentiu-se incomodado quando precisou tomar uma decisão. Perguntou o que devia fazer com ele depois de não ter visto nele crime algum. O povo deu a sentença: "Crucifica-o!". Pilatos ouviu o que o povo disse. E você, dá ouvidos a quem? Família, amigos, pesquisas de opinião pública? Ou a simples menção do nome de Jesus incomoda?

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Porta Assinalada Com Sangue

NO DECORRER de uma guerra sangrenta, um comandante jurou, na presença de suas tropas, que aniquilaria toda a população de certo povoado, e, no devido tempo, enviou mais soldados contra aquele povo indefeso. Aconteceu, porém, que um dos habitantes observou vários soldados invadirem uma casa e assassinarem todos os seus moradores à espada. Ao sair da casa, um dos soldados ensopou um pano em sangue e com ele manchou a porta, para avisar outros seus companheiros do que já havia sido feito lá dentro. 

Correndo a toda pressa, o fugitivo dirigiu-se a uma grande casa situada no centro da vila, onde se encontravam escondidos vários amigos seus e, ofegante, contou-lhes o que deviam fazer. No quintal da casa havia um cabrito, que foi morto em seguida e seu sangue passado sobre a porta. Mal tinham fechado a porta quando um bando de soldados entrou apressadamente naquela rua onde estava a casa. Mas, quando chegaram à porta assinalada com sangue, nenhuma tentativa fizeram para lá entrar. Pensaram que lá já havia entrado a espada mortífera e cumprido o seu terrível serviço. Assim, enquanto muitas pessoas eram mortas ao redor, todos os que se encontravam ao abrigo da porta assinalada com sangue foram salvos. 

Isto faz-nos lembrar daquelas palavras de Deus que trazem salvação a muitas almas: "Vendo Eu sangue, passa rei por cima de vós" (Êxodo 12.13). Sim, "Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós" (1 Coríntios 5.7). O sangue que Ele verteu suspendeu o golpe da espada do juízo divino para todo aquele que, pela fé, se abriga no Senhor Jesus.

Peixes

(Comentário Mateus 13:47-50)

Veja:


Chegamos à última parábola do capítulo 13 de Mateus. Aqui uma rede é lançada ao mar e apanha todo tipo de peixe. Os pescadores, identificados como sendo os anjos, fazem a separação dos peixes bons e ruins antes de lançar estes últimos na fornalha.

Quando diz que há peixes bons e ruins, isso não tem a ver com as coisas que os peixes fizeram, com suas boas ações e más ações. Por acaso você conhece algum peixe ruim no sentido de malvado, ou um peixe bom no sentido de honesto? Peixes são o que são.

Não são pessoas boas que vão para o céu, mas pecadores perdoados e purificados graças ao sacrifício de Cristo na cruz. Deus transforma pecadores em salvos, como se transformasse peixes ruins em bons dando eles uma nova natureza. Digamos que antes de crer em Jesus você fosse uma sardinha podre e fedida, e agora é um salmão vivo e vibrante. A ideia é essa.

Esta parábola também mostra que no reino dos céus há falsos e verdadeiros convivendo lado a lado. Portanto não confie em tudo o que traz o nome de cristão, evangélico, católico, bíblico etc. Produtos piratas podem ser idênticos ao original.

Existe um ponto positivo em tudo isso. Não há muitos falsos budistas, muçulmanos ou hinduístas por aí. Mas falsos cristãos existem às pencas. Por que será? O grande falsificador, o diabo, não perde o seu tempo falsificando aquilo que, por natureza, já exalta o homem e seus esforços.

Deixe-me explicar. Todas as religiões são iguais neste sentido: dão ao próprio homem e aos seus esforços o mérito de sua salvação. O evangelho diz que tudo vem de Deus, que você é salvo por graça e não por suas boas ações, sua conduta etc.

Agora você vai dizer que é uma posição exclusivista e politicamente incorreta afirmar que o cristianismo é a única fé verdadeira. Sim, eu sei. Não há como evitar. Não importa que religião você professe, ou até mesmo se não professa nenhuma ou acha todas elas boas, ao adotar qualquer posição você exclui as outras. Assim como dois corpos não podem ocupar uma mesma posição no espaço, qualquer posição é excludente.

Ao se indignar contra a minha posição você me exclui. Até mesmo quem acredita que todas as religiões estão certas adota uma posição que exclui os que pensam o contrário. E, o que é pior, quem acha que todas as religiões são verdadeiras coloca-se na posição de conhecedor de todas as religiões, o que nenhum dos exclusivistas ousaria fazer, por não ser lá muito humilde.

A questão é simples: se Jesus disse "eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim", ou ele é o único caminho, o que exclui todos os outros caminhos, ou ele mentiu. 

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Livre da Cova

O MARINHEIRO ENFERMO era um jovem forte e de físico avantajado, de 22 anos de idade, mas a quem um acidente havia deixado estendido numa cama, inutilizado.

— Entre; seja bem vindo. — disse tão logo me viu. — Meu amigo Henry disse-me que você viria e me contaria algo que me traria conforto. Os médicos dizem que nunca mais poderei me mover; e ai! pensar em ter que passar o resto da vida preso a um só lugar é de enlouquecer! Quando minha mãe chega em casa, ao fim de um dia de trabalho, não devo mostrar sinais de desânimo; já chega o que ela tem que passar todos os dias trabalhando para poder me sustentar. E pensar que eu contava poder ajudá-la a passar o resto de seus dias em conforto, sem ter que trabalhar...

Parou, sufocado por um soluço que era quase um gemido; porém, dominando dentro em pouco a emoção, contou-me que tinha sido carpinteiro a bordo de um navio. O mar era o seu encanto, e tinha feito muitas viagens proveitosas, apesar de haver passado por diversas tempestades. Quando, na última viagem, estava voltando, e já perto do porto de destino, fazia alguns consertos num mastro. Fazia bom tempo, mas, de repente, um pé de vento, vindo do lado da costa, atingiu o navio, fazendo-o estremecer e virar-se para o alto mar, afocinhando. O marinheiro foi colhido de surpresa, quando começava a descer. Não pôde segurar-se, e foi atirado com violência para o convés, caindo de costas, de uma grande altura.

— Quando já não podiam fazer mais nada no hospital, trouxeram-me para casa, e estou mais inútil do que um bebê, servindo só para dar trabalho e exigir cuidados. Quase me faz enlouquecer ver minha pobre mãe chegar tão pálida e cansada, e eu aqui deitado; no entanto, ela nunca se queixa; mas diz sempre que Deus o permitiu, e que o que Ele faz, ou permite, é sempre o melhor. Ainda bem que ela pode encarar as coisas assim, já que isto a anima; mas a mim parece-me que em vez de ser Ele o Deus da viúva e do órfão, como ela diz que é, esqueceu-Se dela e me impediu de ajudá-la. Meu pai morreu afogado no mar, quando eu não tinha mais do que três ou quatro anos. O Deus Todo-Poderoso nos tem tratado duramente. Duramente!

Senti-me impotente para tentar dar-lhe uma palavra de conforto, e apenas pedi a Deus que Se revelasse no Seu verdadeiro caráter de Salvador a este pobre desgraçado, que pensava tão mal dEle.

— Decerto que a sua provação é muito grande, Andrew, e palavras humanas pouco valor poderão ter no caso, bem o sei, ainda que inspiradas por um sincero desejo de ajudar: mas há Um que pode auxiliá-lo e consolá-lo, e eu O conheço; mas vejo que você deixou que se apoderassem de si pensamentos amargos a Seu respeito. Acaso não tem nada a contar de positivo? Não se lembra de qualquer misericórdia que tenha recebido? De que altura caiu?

— Quase 20 metros.

— Não seria o bastante para estar morto?

— Sim, de fato todos acham ter sido um milagre eu ter ainda ficado com vida. Dois amigos meus, quando estávamos na América do Sul, caíram de uma altura de talvez menos de 10 metros, e nunca mais falaram.

— E se você nunca mais tivesse falado aqui neste mundo, onde se teria tomado a ouvir sua voz? Onde você se encontraria neste momento: no Céu ou no Inferno?

— Certamente estaria no Inferno, pois o diabo naquele tempo me tinha bem seguro.

— Sim, e procurava precipitá-lo na cova. Mas os olhos do Senhor não o perdiam de vista; sim, os olhos dAquele que você acusa haver Se esquecido da viúva e de ter tratado com aspereza o órfão. A Sua poderosa palavra de misericórdia se aplica a você: "Livra-o, que não desça à cova; já achei resgate" (Jó 33.24). Você diz que foi um milagre: foi o amor e a misericórdia do Senhor, buscando a sua alma, e, embora inválido, ainda está fora do Inferno; a porta do Céu está aberta e o Senhor Jesus ainda aguarda para ser misericordioso, oferecendo-lhe a salvação mediante o Seu precioso sangue, e dizendo: "Vinde a mim... e eu vos aliviarei" (Mateus 11.28). Ele lhe oferece a vida eterna. Ora, diga-me, Deus esqueceu-Se da viúva e do órfão, quando o salvou da morte?

Não me esquecerei da mudança de expressão manifesta no seu rosto, ou antes, de como o seu semblante manifestou várias mudanças de expressão. Irromperam por fim estas palavras:

— Sou o maior dos tolos aqui fora do Inferno. Nada tenho feito senão caluniar a Deus!

— Exatamente, Andrew, mas — repeti, — "o sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de TODO o pecado" (1 João 1.7).

— Mas decerto isto não significa os MEUS pecados...

— Quando Deus disse TODO o pecado, não saberia Ele o que estava dizendo? Não o diria Ele com sinceridade? Decerto que sim, e, oh! Ele também sabe, só Ele sabe, TODO o valor do sangue do Seu Filho.

Após longa pausa, olhou de repente para cima e disse:

— Parece demais, que Ele me perdoe por completo.

Contei-lhe, então, de cor, a bem conhecida parábola do pai e do filho pródigo, que ele escutou com muita atenção, e, quando cheguei ao fim, ele chorava abundantemente.

— Isso foi amor, sem dúvida, mas, oh; mesmo aquele rapaz nunca foi tão mau como eu.

— Mas Andrew, não se trata de ser mais ou menos mau; mas sim de saber se basta o sangue do Filho de Deus para o purificar. Você acha que pode dizer que há alguns pródigos que regressam, mas que o amor do Pai não é suficiente para acolhê-los? Tenho que me retirar, mas quero deixar-lhe dois pequenos versículos, para que neles medite: "Deus é amor" e "O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de TODO o pecado" (1 João 4.8; 1.7). 

Ele repetiu estas palavras pausadamente, duas ou três vezes. Então, prometendo voltar no dia seguinte, se me fosse possível, parti.

No dia seguinte não me foi possível voltar lá, embora muito o desejasse. Mas quando depois consegui voltar a visitá-lo, ele quase que gritava:

— Já o tenho! Já o tenho!

— O que é que tem, Andrew?

— Tenho quase tudo, a não ser a glória, mas é esse o meu porto de destino, e já tenho o Piloto a bordo; entreguei-Lhe o leme e Ele sabe muito bem passar pelo cabo e entrar a salvo no porto.

— Conte-me tudo, Andrew.

— Depois que você saiu, fiquei outra vez triste e desanimado como antes. Só via diante de mim os meus pecados e a negra ingratidão, e ontem todo o dia, quando você não veio, pensei que Deus já tinha me desamparado completamente, mas, à noite, quando estava desesperadíssimo, comecei a lembrar-me de como, naquela história, o pai foi ao encontro do pobre homem que voltava na sua miséria, e tudo tão prontamente lhe perdoou; e então, quando os meus pecados voltaram a atormentar-me, qualquer coisa parecia dizer me no íntimo: "Andrew! Se você é maior pecador do que aquele homem, isso apenas serve para tornar Deus um maior Salvador, para poder salvá-lo". E então eu disse em voz alta: "É assim mesmo, Senhor; já tenho o perdão, apesar de ser um tão grande e vil pecador!"

— E sua mãe já sabe da alegria que agora possui?

— Sabe sim. Não a podia ocultar. Como vê, Seu grande amor é o que me arrebata com emoção e alegria.

Depois ele me disse:

— Fale-me outra vez a respeito de se ter livrado da cova.

Li para ele o capítulo 33 de Jó, e depois, a seu pedido, tornei a lê-lo. Perguntei-lhe se os dias lhe pareciam muito compridos.

— Isto sim; agora nunca estou só, pois Jesus está sempre junto a mim. E quanto a minha mãe, digo ao Senhor que sei que Ele tem por ela ainda maior amor do que eu, pelo que sei que posso viver confiante de que Ele cuidará dela. Em vista de todo o Seu amor, como poderia jamais duvidar dEle?

O Tesouro

(Comentário Mateus 13:44)

Veja:


Na parábola anterior a mulher introduz fermento na massa. Será coincidência encontrarmos em Apocalipse a figura de uma mulher a corromper e negociar almas? Creio que não. O apóstolo João diz ter ficado surpreso quando a viu. Talvez esperasse ver a noiva, a igreja, como a que veria mais à frente, mas o que viu foi a meretriz, Babilônia.

Aqui o reino dos céus é comparado a um tesouro escondido em um campo. Se você já aprendeu que o campo é uma figura do mundo, quem poder ser esse que vende tudo para ficar com o tesouro? O mesmo que saiu a semear a semente no campo nas duas primeiras parábolas: Jesus.

Outros interpretam de outras maneiras. Alguns dizem que o tesouro é o evangelho, outros que o tesouro é Cristo, dando a entender em ambos os casos que somos nós que vendemos tudo para ficar com esse tesouro. Mas será que você realmente acredita ter algo para dar a fim de ter Jesus.

E se eu não tenho nada, se sou um miserável pecador perdido, o que vou vender para poder desfrutar de Jesus? Em Isaías 55 Deus convida a todos os que não tem dinheiro algum, e em Efésios 2 diz que somos salvos pela graça e por meio da fé, não por alguma coisa vinda de nós.

Na história de minha salvação eu só sei de um que abriu mão de tudo para me salvar. Só conheço um que a Bíblia diz que, sendo rico, se fez pobre. Só um que chegou a ponto de dar a própria vida por mim. Só um que, com a sua morte, comprou também o campo inteiro, como faz o homem da parábola. E o campo é o mundo.

Você não fica arrepiado só de pensar que Jesus enxerga você como um tesouro pelo qual valeria a pena morrer? O que ele pode ter visto em você para considerá-lo assim? 

Quando alguém ama, não ama pelo que a outra pessoa tem, mas pelo que ela é. E você e eu, apesar de criados por Deus, fomos arruinados pelo pecado, aprisionados por um tirano e destinados à morte. Jesus achou que valia a pena abrir mão de tudo para nos ter para si. Só ele podia nos amar tanto assim.

Que tal abrir sua Bíblia no livro de Cantares, ou Cântico de Cânticos, para conhecer um pouco mais desse amor? Depois volte aqui para a próxima parábola desta série: a pérola de grande valor.

Mario Persona. Fonte: http://www.3minutos.net/2008/10/52-o-tesouro.html

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

"Perigo! Entrada Proibida!"

NUMA TARDE DE VERÃO, em 1892, dois jovens, Charles e Gualter, desciam com todo o cuidado a encosta da serra perto do monte Pike, nos Estados Unidos. Tinham se conhecido casualmente havia pouco tempo, em Manitou, Colorado. Ao contornar um flanco da montanha, encontraram a entrada de uma caverna, que estava vedada, e por cima da qual havia um grande letreiro que dizia: "PERIGO! ENTRA DA PROIBIDA!". Charles espreitou pelas frestas do tapume tentando ver na escuridão do interior da caverna, e disse:
— Quero explorar esta caverna. Você vem comigo? 

— Não; de jeito nenhum — respondeu Gualter, rogando-lhe ainda que desistisse de tal intento. Mas Charles estava resoluto. 

Quão típica das pessoas deste mundo foi a atitude daquele jovem! "Os homens amaram mais as trevas do que a luz" (João 3.19). Contudo, Deus colocou avisos bem claros: "O salário do pecado é a morte" (Romanos 6.23); "vindo depois disso o juízo" (Hebreus 9.27). "Tenho proposto a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe pois a vida" (Deuteronômio 30.19); "Oxalá fossem sábios! que isto entendessem, e atentassem para o seu fim!" (Deuteronômio 32.29). 

Ao chegar ao fim da descida do monte, Charles conseguiu uma lanterna, despediu-se do amigo e regressou à caverna. Acendeu a lanterna e, arrancando algumas tábuas do tapume, penetrou com decisão na funda e escura caverna. A princípio a fraca luz da lanterna mal penetrava a intensa escuridão, mas à medida que a vista ia se acostumando ao ambiente, ia descobrindo os paredões, os rochedos escabrosos e um caminho, pelo qual seguia cautelosamente. "Há caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos de morte" (Provérbios 14.12). Tudo parecia ir bem por algum tempo; mas, quando menos esperava, faltou-lhe o chão de baixo dos pés e caiu no fundo de um precipício, onde ficou sem sentidos. Quantos há que se guiam pela fraca luz da inteligência e, quando chega a morte, dão um salto no escuro! "Quem anda nas trevas não sabe para onde vai" (João 12.35). 

Quando recuperou os sentidos, descobriu que estava ferido, com contusões por todo o corpo. A lanterna, caída ao seu lado, estava feita em pedaços, pelo que estava cercado das mais densas trevas. Encontrou num bolso alguns fósforos, que acendeu, um a um, mas depressa se acabaram. Com a luz que deram, viu o precipício onde havia caído, e verificou que seria impossível subir pelo paredão. Tremendo, com frio e medo, mal se atreveu a mexer-se, receoso de nova queda. Assim, foi se arrastando lentamente, gatinhando, até que suas calças se rasgaram e os joelhos começaram a sangrar. Sentindo-se sepultado vivo, estava convencido de que morreria! 

Tomado de desespero e angústia, viu passar diante de seus olhos todos os pecados de sua vida, e pediu a Deus que tivesse misericórdia e que, se não fosse salvo o seu corpo, o que lhe parecia impossível, que ao menos lhe fosse salva a alma. Lembrou-se de passagens das Sagradas Escrituras, as quais por vezes tinha ouvido, sem que lhes tivesse dado importância, mas que agora lhe inundavam a alma com poder vivificador. "O sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 João 1.7). "Crê no Senhor Jesus Cristo, e serás salvo, tu e a tua casa" (Atos 16.31). "Aquele que crê no Filho tem a vida eterna" (João 3.36). Estas preciosas verdades iluminaram-lhe o coração tenebroso e frio, qual ardente luz do sol, e aceitou o Salvador como Aquele que por ele morrera. 

No entanto, o seu estado físico lastimável não mudara, e resolveu continuar a mexer-se enquanto as forças se lhe não esgotassem. Perdeu a noção do tempo enquanto se arrastava sobre os rochedos e pedregulhos, sem qualquer esperança. Lembrou-se de sua mãe e, achando papel e lápis no bolso, escreveu, o melhor que pôde, algumas linhas dirigidas a ela, exortando-a a não lamentar a sua morte, antes, que se alegrasse, uma vez que esta terrível experiência havia sido o meio de o conduzir ao bendito Salvador, que o amava e havia Se entregado por ele, pelo que se sentia feliz, na certeza de estar dentro em breve com Ele. Colocou o endereço de sua mãe, pedindo que o seu cadáver lhe fosse enviado. 

Arrastando-se debilmente, deu com uma corda, e seguiu, segurando-se nela, com a esperança renovada. Dentro em pouco, maravilhado, sentiu na face o que lhe pareceu ser ar fresco. Seria verdade? Seguiu até aparecer uma tênue luz, que foi aumentando até que pôde distinguir ao longe uma abertura, à qual chegou por fim, encontrando-se então já na plena luz do dia. O sol brilhava intensamente. Havia entrado na caverna às 16 horas, e era meio-dia do dia seguinte! 

Quando um grupo que o buscava o encontrou, estava em péssimo estado. Esfarrapado, ensanguentado, sujo e enfraquecido. Não tardou para se restabelecer, graças ao repouso e aos cuidados que lhe foram dispensados; porém a transformação espiritual que experimentara, essa nunca deixaria de permanecer em sua alma, pois ele "havia se convertido das trevas à luz, e do poder de Satanás a Deus" (Atos 26.18).

O Fermento

(Comentário Mateus 13:33)

Veja:


Depois de apontar que o crescimento da cristandade trouxe para seus ramos as mesmas aves que arrebatam a verdadeira semente que o semeador semeou, a parábola seguinte também fala de crescimento, ou mais precisamente da origem desse crescimento.

Antes que você acredite no que dizem alguns teólogos, que o fermento nesta parábola é o evangelho que faz o cristianismo crescer no mundo, faça uma busca pela palavra "fermento" em www.bibliaonline.com.br. Em toda a Bíblia o fermento aparece como má doutrina ou má conduta. Nunca é algo positivo.

Na parábola da semente de mostarda o reino dos céus é grande e influenciado pelas aves que vêm de fora. Nesta parábola a massa é corrompida pelo fermento que vem de dentro. No capítulo 20 de Atos o apóstolo Paulo adverte os cristãos de Éfeso que o rebanho seria assolado por lobos, de fora para dentro, e que do meio deles surgiriam homens distorcendo a Palavra de Deus e gerando destruição de dentro para fora.

A massa é a matéria prima para fazer pão, que é um alimento e figura da Palavra de Deus. Alguns falam aquilo que está de acordo com a Palavra de Deus. Outros falam qualquer coisa que faça a massa crescer, visando apenas aumentar o número de seguidores, eleitores ou público pagante. Isso não passa de fermento.

Vivemos hoje em meio a muita mistura de coisas genuínas e falsas, por isso é preciso muito cuidado. Dos quatro tipos de solo que receberam a boa semente, apenas um era fértil. Que solo é o seu?

Do campo plantado, apenas parte era formado por trigo verdadeiro, o resto era joio, uma erva daninha plantada pelo diabo. Cristãos falsos e verdadeiros crescerão juntos até que uns sejam recolhidos em feixes e os outros incinerados. Que tipo de planta é você?

A grande árvore que cresceu de uma pequena semente abriga em seus ramos as mesmas aves malignas que arrebatam a semente. O fermento do mal contamina a massa de dentro para fora, dando a ela um crescimento artificial. Você é daqueles que seguem números e seguem a opinião pública?

No mercado você encontra mais produtos falsos do que verdadeiros. Antes de comprar é preciso verificar sua origem e qualidade. Verifique se o cristianismo que estão lhe oferecendo não é pirata; veja se o crescimento não é apenas o resultado de um fungo, como os gases que fazem crescer a massa.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Este Mundo é Como Um Navio Prestes a Afundar

IMAGINEMOS um barco que está afundando lá em alto mar, com o casco apodrecido e enchendo de água rapidamente. Da terra enviam um barco salva-vidas que vai atracar-se à embarcação condenada. O comandante do salva-vidas convida, em voz alta, a todos os tripulantes do velho barco a abandoná-lo o quanto antes. Porém todos se recusam obstinadamente. Um diz: "Este barco não é mau; apenas precisa de conserto e pintura". Outro diz: "Caiam fora com esse salva-vidas! Temos aqui um bom carpinteiro especializado em consertar navios”

Os tripulantes continuam a jogar e a beber, enquanto alguns preparam ferramentas e tintas para consertar os buracos. Alguns, porém poucos, compreendem o perigo em que estão, e valem-se do único meio de salvação. O barco avariado acaba afundando logo depois. 

Prezado leitor: se todos aqueles que desprezaram a salvação que lhes fora oferecida morreram afogados, a quem cabe a culpa? Foi enviado um barco salva-vidas em seu socorro, mas recusaram-se a fazer uso dele! Ora, Cristo é o barco salva-vidas. Veio para salvar a todos quantos queiram se valer dEle. "Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação?" (Hebreus 2.3). 

Em 1912, o melhor e mais seguro navio jamais construído, o vapor Titanic, considerado incapaz de ser afundado, bateu em um bloco de gelo e foi para o fundo. "O fato mais surpreendente", comentou o editor de um jornal da época, "não foi o barco ter afundado, mas sim, ter ido para o fundo após horas de avisos, transmitidos pelo rádio por outros navios, de que havia gelo em sua rota. Ele continuou seguindo a toda a velocidade, com a música a tocar, os passageiros a dançar e, aparentemente, sem que ninguém ligasse a míni ma importância ao fato!" 

Uma sombra negra paira sobre o mundo; 
Corações estão desmaiando de terror: 
Por detrás de aparente confiança, 
Aumenta sempre a ansiedade e horror. 
Esta sombra sobre o mundo nos avisa, 
Que de Deus a longanimidade vai findar; 
A grande expiação de Cristo, o Salvador, 
Ao homem nunca mais vai se apresentar.

A Semente de Mostarda

(Comentário Mateus 13:31-32)

Veja:


Nas duas outras parábolas ficou claro que o semeador é Jesus e que o seu campo é o mundo. O significado da semente variava: na primeira era a Palavra de Deus e na outra eram as pessoas. Agora a semente é de mostarda e a ênfase é colocada na planta que ela produz.

O reino dos céus começou tão pequeno quanto a menor de todas as sementes. Quem imaginaria que as crenças de um punhado de jovens de classe média liderados por um carpinteiro seriam adotadas por mais de um terço da população da Terra? Hoje mais de 2 bilhões de pessoas se dizem cristãs.

Aquela minúscula semente virou uma árvore grande o suficiente para as aves virem morar nela. Você já sabe quem é o semeador, o que é o campo, a semente e a árvore. E as aves? Quando quiser saber o significado de algo na Bíblia, pergunte à Bíblia.

As aves fazem ninhos na grande árvore da cristandade que começou com uma pequenina semente. Na primeira parábola as aves arrebataram as sementes que caíram à beira do caminho. Jesus explicou que é o Maligno quem arranca as sementes do coração à beira do caminho. E no capítulo 18 de Apocalipse, ao falar de Babilônia, uma alegoria usada para a noiva infiel de Cristo, diz que ela se tornou habitação de demônios, antro de todo espírito imundo e de toda ave impura e detestável.

Juntando tudo, o reino dos céus começou com a Palavra de Deus lançada nos corações, porém nem todos eram férteis para ela germinar. Os frutos genuínos do trabalho do semeador foram plantados neste mundo, mas o diabo, o concorrente, semeou uma imitação daninha do verdadeiro trigo, a qual será deixada até o trigo genuíno ser recolhido em feixes. O falso será queimado.

Enquanto isso, o conjunto de falsos e genuínos crescerá como uma grande árvore que começou pequena, e ela abrigará também Satanás e seus agentes. Portanto você não precisa ir às religiões pagãs para encontrar o diabo. Se der uma olhada na cristandade professa você irá encontrá-lo confortavelmente aninhado em seus ramos.

O que surpreende no grão de mostarda é o crescimento da árvore. E na parábola a seguir Jesus vai falar justamente daquilo que faz crescer: o fermento.

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